Casa da Quelha do Valezinho por Aniceto Carvalho

Seguem-se algumas memórias desta casa e dos seus proprietários deixadas por Aniceto Carvalho, e que correspondem ao período em que habitou em Couchel, entre 1935 e 1947:[1]

Casa da Quelha do Valezinho, 1998.
Casa da Quelha do Valezinho, 1998.

Maria do Valezinho — Mais uma das heroínas de Couchel.

[…] mãe do Modesto e da Heliodora, na quelha do Valezinho, nem pouco mais ou menos era a mais habitável… mas ali, como a Perpétua Caçoila a dois passos, ao virar da esquina, também ela viúva, tinha criado dois filhos espectaculares.

Perto dos meus dez anos de idade, com mais de vinte rapazes e raparigas na casa dos vinte anos, o futuro de Couchel parecia garantido… Pois parecia.

Mas três anos depois, com excepção do Ângelo e da Heliodora, do Luís, filho da Perpétua Caçoila e do Modesto entretanto casados, e do Alfredo, também já casado com a minha madrinha Dora, que teimavam em ficar na terra, nem os da minha geração já lá estavam depois da Instrução Primária.

Na planta não consta uma habitação mais antiga, logo abaixo, que foi demolida em 1998 aquando do restauro das casas adjacentes.

Aniceto Ferreira de Carvalho nasceu em Março de 1935, na localidade de Vale de Vaz. Cresceu em Couchel e, terminada a 4ª classe, foi trabalhar para Rio de Mouro (Sintra). Aos 17 anos ingressou na Força Aérea Portuguesa como mecânico de avião e mais tarde como especialista mecânico de material aéreo. Veterano da Guerra do Ultramar, faleceu no mês de Março de 2020.

Fica a nota aos leitores que o mesmo deixou nos seus escritos:

Que fique bem claro: Nenhum dos epítetos locais ou situações vividas tem a menor intenção de menosprezar seja quem for.