Casa do Ti Ilídio e Laurinda por Aniceto Carvalho
Seguem-se algumas memórias desta casa e dos seus proprietários deixadas por Aniceto Carvalho, e que correspondem ao período em que habitou em Couchel, entre 1935 e 1947:[1]
A casa do Ti Ilídio era mesmo em frente da do Ti António Henriques. Uma casa de primeiro andar, ainda nova e bonita. Mas o Ti Ilídio, também já tinha dado a alma ao criador. O Ti Ilídio, no entanto, como sempre o tinha conhecido, era alguns bons largos anos mais velho que os meus pais.
Era um homem simpático e jovial por natureza, sempre bem disposto que, sei lá porquê achava graça à minha maneira de ser de garoto. Sempre que nos encontrávamos mais de quarenta anos mais tarde nunca perdia a oportunidade de me parodiar de quando eu era pequeno.
Devo ter lidado muito pouco com a mulher dele, com a Laurinda. Mal me lembro dela. Penso que não tinham filhos.
Quem morava na casa deles era o Ângelo, da Risca Silva que tinha casado em Couchel com a Heliodora, a filha da Maria do Valezinho, a irmã do Modesto. O Ângelo, dez anos mais novo que a geração dos meus pais, era um homem excepcional. Conheci-o muito bem.
Aniceto Ferreira de Carvalho nasceu em Março de 1935, na localidade de Vale de Vaz. Cresceu em Couchel e, terminada a 4ª classe, foi trabalhar para Rio de Mouro (Sintra). Aos 17 anos ingressou na Força Aérea Portuguesa como mecânico de avião e mais tarde como especialista mecânico de material aéreo. Veterano da Guerra do Ultramar, faleceu no mês de Março de 2020.
Fica a nota aos leitores que o mesmo deixou nos seus escritos:
Que fique bem claro: Nenhum dos epítetos locais ou situações vividas tem a menor intenção de menosprezar seja quem for.