Capela da Eira dos Santinhos

Capela de Nossa Senhora do Amparo, no sítio da Eira dos Santinhos
Capela de Nossa Senhora do Amparo, no sítio da Eira dos Santinhos.

As capelas do concelho de Vila Nova de Poiares apresentam arquitecturas distintas. No entanto, a capela de Couchel é curiosamente semelhante à capela de Santa Madalena, que se encontra entre as povoações da Abraveia e Pinheiro. Apesar de com o passar dos anos ter beneficiado de algumas obras, nomeadamente no que toca à sacristia (a qual foi ampliada), fotografias antigas desta capela podem facilmente confundir-se com a de Nossa Senhora do Amparo, em Couchel, não fosse o seu alpendre e campanário.

Desta forma, tal como descreve António Filipe Pimentel a capela de Santa Madalena, a de Couchel também se compõe “de um edifício rectangular, de moderadas dimensões, que ao lado esquerdo se prolonga noutro que lhe supre as funções de sacristia”. Possui a porta principal, axial em relação ao templo, e “uma outra, mais pequena, serve de entrada lateral, no lado oposto à sacristia”.[1]

São várias as histórias e personalidades que ligam estas duas aldeias do concelho de Poiares, mais do que com quaisquer outras. A capela de Santa Madalena resulta de uma reconstrução de um templo já existente em 1778.[1] É conhecido também que essa capela esteve a cargo do padre José Vicente Gomes de Moura, entre 1816 e 1844,[1] amigo do padre Francisco Ferreira de Carvalho da Casa das Fontainhas.[2] Quanto à capela de Couchel, não é do nosso conhecimento em que ano terá sido construída.

Capela de Santa Madalena, entre a Abraveia e o Pinheiro
Capela de Santa Madalena, entre a Abraveia e o Pinheiro.

O documento mais antigo nos registos da capela data de 1924, assinado pelo padre da Avessada, Francisco Ferreira de Carvalho Lucas. No que respeita a festas religiosas, é feita menção de uma festa em honra de Santo António em Novembro de 1946.[3] Em 1954, é divulgado o programa de festas em honra de Nossa Senhora do Amparo com Domingos Duarte de Carvalho, Caetano Fernandes de Carvalho, Joaquim Carvalho Pedroso, Ilídio Lopes e Artur Carvalho como mordomos.[4]

Em 1959 a capela encontra-se em elevado grau de degradação, o que leva Domingos Duarte de Carvalho a presidir uma comissão com vista a realizar as necessárias obras.[5] Os documentos mantidos pela comissão revelam a ordem de trabalhos:

Cimar as paredes 50 centímetros para ficar com 3,50m de altura. A sacristia com 3,50m de comprido por 3m de largo a aproveitar toda a altura que se lhe possa dar com as frestas e coberto com a telha velha, e o chão acimentado, com uma porta virada para a frente da capela e outra que é coberta ao lado do altar, todas as paredes são rebocadas com massa.

Altar da capela com a imagem da Nossa Senhora do Amparo
Altar da capela com a imagem da Nossa Senhora do Amparo.

São vários os programas de festas que se podem encontrar nos jornais ao longo dos anos,[6][7][8][9] realizadas graças ao esforço de pessoas a viver ou com ligação à aldeia. A título de exemplo em 1979 anunciava-se:[8]

É já nos próximos dias 4, 5 e 6 de Agosto que se realizam nesta localidade as tradicionais festas em honra de Nossa Senhora do Amparo. O programa é o seguinte:

Dia 4 (Sábado) — Às 8 horas, alvorada; às 9, chegada do Grupo de Zés P’reiras. de Ribeira de Frades (Coimbra), que darão início às festas percorrendo todas as ruas da localidade; às 14, abertura da quermesse; às 16, início do primeiro torneio de tiro aos pratos, tendo em dispute valiosas taças; às 20, abertura do arraial; e às 21, chegada do Conjunto «Abba-Kay».

Dia 5 (Domingo) — Às 8 horas, alvorada; às 9, abertura da quermesse; às 16, missa e sermão, seguindo-se a procissão que percorrerá o itinerário do oostume, acompanhada pelo agrupamento musical «Os Rouxinois do Ceira»; às 19, leilão de oferendas; às 20-30, abertura do arraial; e às 21, chegada do popular Conjunto «Os Teclas», que abrilhantará, o arraial.

Dia 6 (Segunda-feira) — Às 8 horas, alvorada; às 9, abertura da quermesse e chegada do Grupo de Zés P’reiras, de Ribeira de Frades (Coimbra), que uma vez mais percorrerá as ruas da localidade; às 18, leilão de oferendas; e às 21, início do arraial abrilhantado pelo Conjunto «Sector 4».

Varanda que em tempos serviu de palco para o conjunto da festa
Varanda que em tempos serviu de palco para o conjunto da festa.

Já neste século, a capela encontrava-se novamente a necessitar de obras, tendo sido realizados trabalhos após a tomada de posse de uma nova comissão, em 2004. Entre outras obras, foi arranjado o telhado, restaurado o altar e adicionada uma casa de banho para servir em ocasiões de missa e festa.